quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Fragata D. Fernando II e Glória

A Fragata fundeada no tejo



Última fragata construída na Índia e o último navio da chamada "Carreira das Índias" que teve uma vida atribulada, já que apesar de segura e resistente, não possuía a agilidade e manobrabilidade que se exigia a um navio militar da segunda metade do século XIX, que foi navio-prisão fundeado no Tejo e que foi parcialmente destruída por motivos de incêndio.

Por ocasião da Expo'98 foi reconstruída nos estaleiros da Figueira da Foz, com materiais os mais próximos possível dos utilizados na construção original para ser exposta na Expo.Está actualmente integrada no Museu de Marinha, recebendo visitas de público em geral e de escolas, em visitas guiadas.

Actualmente não tem condições para navegar à vela autonomamente, já que a mastreação está "trancada", mas se se decidir pô-lo a navegar, a intervenção é de pouca monta, mas constou-me que por razões de segurança, seria necessário acrescentar-lhe um motor auxiliar, o que estragaria o conjunto e a integridade do navio.

As visitas têm sido poucas, e o Museu de Marinha preparou recentemente um folheto de divulgação do museu nomeadamente para as escolas da área de Lisboa, e que está em fase de distribuição.

Está entretanto assinado um protocolo entre a Câmara Municipal de Almada e a Armada portuguesa para a instalação definitiva da Fragata na doca dos antigos estaleiros Parry & Son, em Cacilhas.


É pena a sua localização actual que se situa na doca de Alcântara, parcialmente escondida no meio de carregueiros e outros navios mercantes, num local que lhe tira a prestígio e não dignifica o valor de um navio integralmente recuperado, no que constituiu uma glória das oficinas de reparação portuguesa, e que representa igualmente uma glória da arqueologia e investigação histórica.


Esteve após a Expo'98 no Cais da Marinha junto do Terreiro do Paço, mas fontes do CEMA disseram que as correntes fortes naquele local prejudicavam a estrutura do navio tendo sido rebocado para o Alfeite, onde permaneceu uns meses, até ser atracado no local actual.E é pena que a Marinha se tenha que sujeitar aos ditames da Administração do Porto de Lisboa para poder ter esta coroa da Marinha Portuguesa do século XIX em local tão pouco nobre e que desse modo atrai poucos visitantes.


Seria talvez altura de entrar em negociações com a APL e com a Parque-Expo para a estacionar permanentemente e em condições de segurança junto do Parque das Nações, para onde poderia ser acompanhada por um outro navio, que seria recuperado e musealizado, bem como um submarino Albacora (embora o NRP Delfim esteja agora a ser prepara para ser entregue a Viana do Castelo para Museu), para que assim se constituísse um pólo do Museu de Marinha num local que prestigiasse o nosso passado e nossa Armada.


Essa experiência não é nova já que a Câmara de Viana do Castelo recuperou e musealizou o Gil Eanes, último navio-hospital e reabastecedor das frotas pesqueiras na Terra Nova, que estava aparentemente condenado à sucata.Um desafio a colocar ao Governo e ao CEMA.

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